Nesta parte 3 apresentamos um pouquinho desses 10 anos com imagens de diversos momentos especiais e marcantes.
Postagem de: Amanda de Almeida e Lúcia Helena Vargas.
sábado, 29 de novembro de 2014
10 anos de uma história de sucesso! - Parte 2
Na parte 1 conhecemos um pouco da história do curso técnico em biblioteconomia no IFRS. Agora para conhecermos um pouco mais da história do curso e de seu do dia-a-dia entrevistamos a Professora Doutora Lizandra Brasil Estabel, Professora e Coordenadora do Curso Técnico em Biblioteconomia do IFRS - Câmpus Porto Alegre.
1- Como nasceu a ideia da criação do curso técnico em biblioteconomia?
O Curso Técnico surgiu de uma solicitação da Escola Técnica da UFRGS para o Departamento de Ciências da Informação junto aos professores do Curso de Biblioteconomia da (FABICO/UFRGS).
2- É de conhecimento público que o curso tem dez anos (contando a partir da primeira turma), mas quando realmente o curso técnico em biblioteconomia começou nos bastidores (composição de currículo, montagem da equipe)? E quem comandou tudo isso?
Em 2000 foi feito um estudo pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE) sobre a situação do mercado de trabalho no Rio Grande do Sul para verificar as demandas da região. Após este estudo e a construção do Plano Pedagógico do Curso e toda a tramitação necessária para a sua aprovação, o Curso inicia em 2004.
Pode-se destacar, dentre os membros da Equipe, a Profª Iara Bitencourt Conceição Neves, bibliotecária e profª aposentada da FABICO/UFRGS.
3- Sabe-se que o curso recebe muitos alunos de inclusão. Como esses alunos são integrados às turmas? Os professores recebem algum tipo de capacitação? Para você, como coordenadora como é ver tanta procura desse público no curso?
Entendo que o nosso Curso poderia receber muitos alunos de inclusão, mas posso dizer que me sinto gratificada em saber que existe esta procura e que conseguimos que estes permaneçam no Curso, concluam e hoje estejam atuando profissionalmente e na Biblioteconomia.
Procuramos fazer um trabalho de grande parceria entre os professores do Curso para possibilitarmos esta inclusão. Sempre reforço, com os alunos, desde o primeiro semestre que uma das palavras de mais significado no Curso é Acessibilidade. Portanto, se a biblioteca deve ser acessível, precisamos acima de tudo, no nosso fazer, aceitar e respeitar a diversidade. Perceber o outro e interagir com ele, com suas forças e limitações. Ser coordenadora deste Curso é ter certeza das minhas escolhas e, acima de tudo, me sinto muito feliz pois tenho colegas que são grandes parceiros e que respeitam os alunos, construindo conhecimentos conjuntamente. E os nossos alunos são os grandes responsáveis pelo sucesso do Curso e inclusão de todos, pois construímos esta trajetória com muitas mãos.
4- Há ainda uma resistência das bibliotecas em contratarem técnicos aqui formados com a titulação ainda sem o registro?
Esta resistência praticamente passa despercebida. Quanto mais o Curso é conhecido e os profissionais demonstram competência na sua atuação, mais espaços de atuação estão surgindo.
Entendo que a regulamentação da profissão é de maior significado para o profissional, no sentido de representá-lo e fiscalizar a atuação, do que espaços no mundo do trabalho. Hoje, ao realizarmos um estudo junto aos nossos egressos, a grande maioria atua em bibliotecas e está empregada.
5- Esse curso é bem aceito entre os bibliotecários?
Posso dizer que sim. Já ocorreu alguma resistência, mas hoje cada vez mais o bibliotecário deseja ter o técnico em sua Equipe. Juntos, oferecem um trabalho de competência e fazem da biblioteca um espaço de referência de acesso à informação para todos.
6- Qual foi o momento mais difícil pelo qual o curso passou nesses dez anos de existência?
Acredito que a troca do nome de Técnico em Biblioteconomia para Técnico em Biblioteca no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Formamos um profissional que trabalha com informação e que tem possibilidade, na nossa Instituição, de além do acesso ao Ensino, estar vinculado a Projetos de Pesquisa e de Extensão. Não preparamos este profissional para o espaço da Biblioteca apenas, mas para atuar como profissionais da informação, com competência, como mediadores de informação e de leitura e que promovem a acessibilidade. A matriz curricular do Curso transparece esta muldisciplinariedade. Tenho certeza que este momento difícil passou e que agora, após 10 anos, amadurecemos e cada vez mais estamos colhendo frutos desta formação. Inclusive, alçando novos voos como o Curso Técnico em Biblioteconomia em EAD, com 300 alunos, nos mais diversos recantos do Rio Grande do Sul.
Postagem de : Amanda de Almeida e Lúcia Helena Vargas
10 anos de uma história de sucesso! - Parte 1
Não foi numa sexta, às quatro da tarde, que alguém resolveu criar o curso Técnico em Biblioteconomia. Até mesmo as graduações em Biblioteconomia no Brasil são mais recentes do que no resto do mundo. Essa área ainda é muito nova no país.
O primeiro foco para o surgimento do curso Técnico em Biblioteconomia foram os cursos qualificativos dos professores que já trabalhavam em Bibliotecas Escolares no anos 50.
Abaixo citamos trechos do livro “Biblioteca Escolar: Presente!” organizado por Eliane Lourdes da Silva Moro, Lizandra Brasil Estabel, Loiva Teresinha Serafim e Uli Kaup, que fala um pouco da história da criação do curso.
“A necessidade de uma equipe que atua na biblioteca de qualidade e competência, a valorização da biblioteca escolar no contexto da escola e da comunidade e as mudanças no cenário nacional impulsionaram a criação de dois Cursos Técnicos no Rio Grande do Sul, a partir de 1999: O curso Técnico em Biblioteconomia da Escola Técnica Cristo Redentor e o curso Técnico em Biblioteconomia da Ex-Escola Técnica da UFRGS e hoje Instituto Federal do Rio Grande do sul (IFRS) Campus Porto /Alegre.”
"Em novembro de 2000, a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), através da Pesquisa de Atividade Econômica Regional (PAER), mapeou o panorama do mercado de trabalho no Rio Grande do Sul, permitindo definir características e necessidades para essa região. Diante dos resultados apresentados, em 2004 foi criado o Curso Técnico em Biblioteconomia da Escola Técnica da UFRGS, a fim de atender a uma necessidade de formação deste profissional, de nível pós-médio (técnico), capacitado e habilitado para atuar como assistente junto aos bibliotecários (Bacharéis em Biblioteconomia), em bibliotecas públicas, escolares, universitárias, especializadas, centros de pesquisa e documentação, empresas privadas ou estatais, sindicatos, associações, Organizações Não Governamentais (ONGs), escritórios de profissionais liberais, entre outros. O currículo do Curso está organizado em três semestres. A carga horária total é de 1152 horas, acrescidas de 160 horas de estágio, totalizando 1312 horas. Está dividido em três áreas: Gestão; Processamento, Preservação/Conservação da Informação e Atendimento ao Público. Dentre as disciplinas, pode-se destacar: Introdução à Biblioteconomia; Preservação e Conservação de Acervos Bibliográficos I e II; Literatura Aplicada à Biblioteconomia I e II; Introdução à Gestão de Bibliotecas; Introdução à organização e ao Tratamento da Informação; Introdução à Construção de Páginas Web; Introdução à Metodologia da Pesquisa e Orientação ao Acesso e Uso da Informação; Introdução às Técnicas de Atendimento ao Público; Contação de Histórias; Psicologia Educacional, Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS),entre outras.
Para a aplicação prática, os alunos realizam Estágio Curricular Obrigatório, de 160h, atendendo a estas áreas. Além do estágio obrigatório, os alunos têm realizado atividades práticas através de estágio não obrigatório junto às bibliotecas, com destaque para as bibliotecas escolares. [...]No Curso Técnico em Biblioteconomia do IFRS Campus POA, sob a coordenação da Profª Lizandra Brasil Estabel, o aluno desde o primeiro semestre é incentivado a participar de projetos de pesquisa e de extensão e de atividades que propiciem a aplicação prática dos conhecimentos construídos em sala de aula que promovem a leitura, a inclusão e a acessibilidade, a valorização das bibliotecas, a educação de qualidade e o atendimento ao usuário propiciando a cidadania. Também são incentivados a participarem mensalmente dos Fóruns pela Melhoria das Bibliotecas Escolares, dos Conselhos Federal e Regional de Biblioteconomia (CRB10), juntamente com os acadêmicos do Curso de Graduação de Biblioteconomia do DCI/FABICO/UFRGS, professores, bibliotecários, técnicos e comunidade em geral, demonstrando assim que estão comprometidos com qualificação profissional e com a sociedade. [...]Cabe ressaltar a importância do envolvimento de alunos, professores, técnicos nas ações realizadas em prol da melhoria pelas bibliotecas escolares, promovidas pelos Conselhos Regional e Federal de Biblioteconomia, em parceria com as instituições promotoras do Fórum. Este envolvimento possibilita um maior engajamento, valorização das bibliotecas escolares e a inserção destes profissionais nas bibliotecas. Hoje, o técnico está atuando na rede privada das bibliotecas escolares e, aos poucos estão surgindo os primeiros concursos públicos, com criação do cargo de Técnico em Biblioteconomia, como, por exemplo, o município de Esteio, localizado na região metropolitana de Porto Alegre.”
Postagem por: Amanda de Almeida e Lúcia Helena Vargas
sábado, 8 de novembro de 2014
10 anos bibliotecando:
Entrevista com a Profª Ângela Flach
A disciplina de Preservação e
Conservação nos abre um leque de oportunidades para o mercado de trabalho, além
de nos trazer muito conhecimento e práticas de técnicas manuais.
A professora Ângela Flach possui
graduação em Licenciatura em História pela Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (2000), graduação em Bacharelado em História pela Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (2004) e mestrado em História pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (2003), sendo ainda doutoranda do Programa de Pós-Graduação
em Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Possui
experiência docente na área de História no Ensino Fundamental, tendo atuado
também com Educação de Jovens e Adultos. Professora do Curso Técnico em
Biblioteconomia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Grande do Sul - IFRS - Campus Porto Alegre, onde atua na área de Preservação de
Acervos Bibliográficos. De setembro de 2009 a fevereiro de 2012 atuou como
Diretora de Ensino e Pró-Reitora Adjunta de Ensino junto à Reitoria do IFRS.
É
notável que a professora faz o que gosta, e por isso faz o seu trabalho tão
bem. Escolhemo-la para nossa entrevista por que para nós ela é uma das melhores
professoras da área. Perguntamos à professora como foi sua trajetória dentro do curso, ministrando a disciplina prática de Preservação e Conservação de Acervos Bibliográficos II. Confira nossa conversa:
Pergunta: Quando a disciplina de Preservação e Conservação de Acervos Bibliográficos II foi introduzida no curso?
Professora Ângela Flach: No início de 2009.
Pergunta: Quais os professores que já ministraram a disciplina?
Professora Ângela Flach: "A primeira professora foi a profª Kátia Becker Lorentz. Foi a Kátia quem organizou o laboratório e foi ela quem correu atrás dos materiais. Era professora substituta."
Em 2006, houve um concurso para professora efetiva para a disciplina. Foi então que a profª Ângela começou, em 2007. Ministrou a disciplina até 2009. Em 2010 e 2011, a professora Magali Lippert assumiu. Em 2012, saiu em licença para concluir o doutorado, e entrou a professora Maria Lucia Ricardo Souto. Ela ficou em 2012 e 2013. Em 2013 entrou então a professora Luziane Graciano, que ficou até o mês de agosto, quando a profª Ângela Retornou.
Pergunta: Como era a disciplina quando começou; e o que mudou?
Professora Ângela Flach: "A disciplina não mudou quase nada. No início, era um módulo do curso: o curso era organizado em diferentes módulos, e os alunos recebiam uma certificação específica por cada módulo. Hoje é uma disciplina do curso. A carga horária não mudou, o que muda é que cada professor (que passou pela disciplina) teve o seu modo de confeccionar capas (por exemplo). A essência é a mesma."
Pergunta: O que mudou no laboratório?
Professora Ângela Flach: "No início, não tinha nada. A professora Kátia correu atrás de tudo em 2007. Já haviam alguns materiais, mas materiais de uso individual, como espátulas, estiletes, bisturis e agulhas eram muito poucos. (O aumento na quantidade) foi só depois que nos tornamos Instituto Federal."
Em 2007, os alunos tinham que comprar seu próprio material. Os alunos se juntavam e compravam. Não havia material no laboratório disponível para todos.
O espaço físico mudou muito desde quando o laboratório era na sede da Rua Ramiro Barcelos (na antiga Escola Técnica da UFRGS). "A sala era mais fechada e sóbria", conta a entrevistada, "era um bom espaço de trabalho, mas hoje está bem melhor. O ambiente é mais arejado, mais aberto e não precisamos ligar a luz durante o dia. Os equipamentos são os mesmos."
Aqui, um vídeo da professora em ação, nos ensinando a medir a finalização de uma embalagem de acondicionamento para livros:
Postagem feita pelas alunas Alice Tremea e Andreia Bittencourt, do segundo semestre do curso técnico de biblioteconomia do IFRS.
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